Lembro de quando o vi pela primeira vez, ele estava sentado no meu lugar no cursinho. Pude acreditar quando vi aquele muleque no meu lugar. No dia seguinte resolvi fazer amizade, afinal ele chegava antes de mim e poderia guardar um lugar, eu detestava sentar no fundo. Começou assim, primeiro ele guardava lugar, depois começou a me ensinar química (eu sou péssima!). Meses se passaram e só percebi que gostava dele um dia que precisei faltar. Nessa altura ele também já tinha percebido algo, foi então que ficamos. Eu morria de medo de não gostar dele de verdade, de ser só uma fase. Gostava tanto dele que não podia magoá-lo. Eu não pensava que ele faria parte da minha vida até hoje...

Ele esteve do meu lado durante a faculdade, quando fiquei internada, quando tirei notas boa e notas baixas. Ele passou muitos sábados comigos em biblioteca e aturou muitas conversas de literatura.
Eu o esperei por diversos finais de semana, fiquei por dois anos sem vê-lo todos os dias, fui visitá-lo quando estava de serviço.

Nos formamos e casamos. Nesses 9 anos tivemos nossos altos e baixos e crises, mas sempre estivemos um ao lado do outro, em todos os momentos.

Hoje comemoro 3 anos de casada. Não foram 3 anos de felicidade, mas valeu cada segundo.

Eu ficaria muito feliz de ler alguma coisa que não seja de estética da recepção, em especial Wolfgang Iser. Nada particular, mas não me agrada fazer uma dissertação imposta. Eu preferia ter ficado no ensaísmo montaigniano, mas quem sou eu para querer algo?

O fato é que tenho uma lista enorme de livros que quero ler e não tenho tempo, assim como eu gostaria de me dedicar mais na casa e gastar parte do meu tempo pensando em decoração e cores, não com Iser.

Hoje não estou bem. Não sei se é cansaço, o tempo seco ou outra coisa. Cheguei hoje e pensando em descansar por uma hora antes de fazer minhas inúmeras obrigações. Sentei na frente da TV e fiquei zapeando os canais da TV a cabo. Filmes começados, séries que não me interessavam, então tive a estúpida idéia de ver o que estava passando na TV aberta. Eis que me deparo com o tratamento de beleza de Adriana Bombom. Fiquei me perguntando para que eu queria saber como Adriana Bombom ficava bonita, aliás quem é Adriana Bombom?? É incrível o número de programas imbecis que passam na TV, mais incrível ainda é a quantidade de pessoas que os assistem, aliás pessoas que não podem pagar pelos tratamentos e lugares que essas "celebridades" frequentam.

Acabei desligando a TV e indo dormir, aproveitei melhor meu tempo.

Pensando no futuro.

Não sei se é o consaço, mas já faço planos para 2008: vagabundar. Na verdade menos do que eu queria, pois tenho que trabalhar, mas não pretendo inventar nada que me faça cansar muito. Quero chegar do trabalho e mergulhar em leituras, ler o resto do dia... Apenas ler.

Chatice...

Sou uma pessoa chata, cheia de reclamações. Não gosto de uns pq são imbecis e não gosto de outros pq são metidos a inteligentes. Não gosto de ninguém e me contento com meus amigos de muitos anos.

Gosto tanto de reclamar que desafio alguém a me achar bem. Todos os dias reclamarei de cansaço, todos os dias sentirei alguma dor diferente, assim como reclamarei de algo. É comum eu reclamar que estou sozinha ou não consigo paz. Que não quero cuidar da casa ou que a casa está uma zona. Quero estar com alguém ou que não quero vê-la na frente. Sou um ser cheio de contradições.

O fato é que ando pior. Não vejo a hora da minha casa ficar pronta e me fechar no meu casulo. Assim ficarei eu, minha instropecção e meu marido quietos, vendo nossos filmes, fazendos nossas coisas, aproveitanto o silêncio. Apenas nós, sem gente.

Renan Calheiros é absolvido no Plenário do Senado

Dá vontade de viver em um país como esses?

Depois de ler a notícia eu tive certeza, tenho cara de palhaça! Não só eu, mas todo o povo brasileiro que colocou essa corja no poder.

Felizmente minha consciência não pesa, votei nulo na última eleição e pretendo fazê-lo novamente se não aparecer ninguém decente (mas parece que o pré-requisito para se candidatar é ser mau-caráter).

Sinto saudade de mim, de tudo aquilo que fui e tudo o que pretendia ser. Olho-me e só encontro a sombra do que fui, um espectro de mim. Onde me encontrarei? Conseguirei me resgatar? Apenas questões e a promessa de não haver respostas.

Para que serve um feriado? Para alguns descansar, mas para mim para cuidar da reforma da casa. O pior é correr atrás das coisas sozinha, tendo uma dissertação para escrever, inúmeros trabalhos para corrigir e aulas para preparar. Sem esquecer que semana que vem é semana de provas, então terei provas para corrigir.

Doi no coração ver alguns projetos parados, mesmo que temporariamente, mas doi. Eu só gostaria de voltar para a Terra do Nunca por alguns instantes...

Colhendo frutos...

Não é segredo, eu ainda sou uma romântica que acredita que mudará o mundo. Acredito no que faço e acho que posso ajudar dessa maneira. Antes de começar as aulas fiz um projeto com o filme V de Vingança. Nesse projeto eu tinha como meta trabalhar os gêneros da narrativa, produção de uma resenha e o gênero carta, mas o objetivo principal era mostrar que eles deveriam deixar de ser passivos e brigar pelos seus direitos.

Um dia eu chego e os alunos estão para fora da sala. Eles se negam a entrar pois quando eles chegaram a sala estava revirada, com as carteiras no chão e o lixo virado. Obra de alunos do período noturno. Segundo eles eu disse que eles não podiam aceitar tudo, portanto eles tinham direito de assistir aula numa sala em ordem e limpa. Eles têm razão. Lá fui eu falar com a diretora e arrumar um modo de contornar. A princípio fomos para outra sala e resolvemos o problema imediato, agora eles estão pensando em um modo de acabar com a farra do noturno.

E eu os observo, dou idéias e vejo que ainda há motivo para acreditar.