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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Alberto Caeiro

Ontem tive o prazer de ver o que a criatividade pode fazer...
Quando entrei no Consolata fiquei me perguntando com eu trabalhararia o livro Poemas Completos de Alberto Caeiro. Afinal sou uma pessoa "certinha" e não via outro jeito senão o modo tradicional de falar de Literatura. Foi quando lembrei de uma professora que tive no Einstein, ela propôs um seminário criativo (lembra Manu?), então fiz a mesma proposta para ele. Nâo poderia ser um simples seminário, eles teria que inovar. Ontem eu vi os frutos do trabalho deles, espetacular. Devo confessar que não esperava algo tão bom assim. Foi um dia de satisfação!
Em breve disponibilizarei os trabalhos aqui no blog.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Não sei mais o que fazer com ele!

A semana passada seria apenas mais uma semana comum se não fossemos surpreendidos por algo nunca imaginado, pelo menos na nossa escola.
Quando cheguei na sala dos professores estava aquela agitação de que tinha acontecido alguma coisa, normalmente quando essa agitação acontece é algum problema com aluno, normalmente problemas comuns a uma escola. No entanto fui surpreendida por uma notícia um tanto diferente: um aluno havia batido na diretora.
Alguns pensarão que isso é comum na escola pública, no entanto na minha escola não é. Felizmente trabalho em uma escola muito boa, de classe média, poucos alunos com péssima situação financeira e uma direção atuante que sempre respalda os professores. Por isso eu digo, agredir a diretora ou funcionário é algo que nunca esperávamos, ainda mais por um aluno de sétima série.
Devo esclarecer que a diretora não foi espancada ou nada do tipo, o aluno, que não queria ir à direção por ter desrespeitado um professor, deu um tapa em seu braço. Claro que não é a primeira "ocorrência" com esse aluno, mas essa foi a mais grave, afinal não se deve bater em ninguém, muito menos na autoridade máxima da escola.
nòes, professores do aluno, nos reunimos para conversar com a mãe, não apenas para falar do ocorrido, mas também do rendimento do seu filho. Eu me dirigi a sala para pegar alguns cadernos para mãe poder compará-los com do seu filho e assim que entrei na sala me deparei com alunos chocados com o ocorrido, segundo eles atitude do aluno foi violenta e desnecessária, para eles o aluno deveria ser rigorosamente punido - eles presenciaram a cena.
Sabemos que, se contarmos com as leis educacionais, não ocorrerá nada com esse aluno. Também sabemos que se ele está assim na sétima série daqui algum tempo ninguém o controlará mais. Resumindo, nós professores temos nosso trabalho limitado, agüentamos desaforo e alguns meios de comunicação ainda falam que ganhamos muito bem, já os alunos podem tudo, inclusive bater, afinal não acontece nada. Não falo que deveríamos tomar uma atitude, que as leis devem ser revistas e blá blá blá. Nada vai mudar, por isso nos afundamos cada vez mais.
Quanto a mãe do aluno? Ela nos olhou e disse: "Não sei mais o que fazer com ele." Francamente, se a mãe não sabe, nós muito menos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

De volta ao trabalho

Esse ano demorou, mas desde quarta -feira estamos (nós, professores estaduais) trabalhando. Ainda sem alunos, com eles iniciaremos segunda-feira (18/02).
A novidade desse ano são os quarenta dias de recuperação. Recebemos uma revista do professor com as aulas detalhadas que deveremos dar nesses quarenta dias. O material é bem legal, mas apenas no final saberemos se dará certo. Espero que sim, pois nossos alunos precisam do compromisso do governo e dos professores para terem uma Educação digna, coisa que não acontece atualmente.
Para mais informações acesse o site do São Paulo Faz Escola.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Observo pessoas todos os dias. Ontem foi o dia de observar duas mães e três pais. Seus filhos não tiveram atitudes adequadas na escola e o conselho foi convocado para votar a transferenência compulsiva (lindo nome para expulsão). 4 estão no 1º ano do Ensino Médio, 1 no 2º ano. Todos foram "tranferidos"
O primeiro aluno que foi a "julgamento" é maior e já reprovou, de novo, o 1º ano. Ele destruiu patrimônio público (mas isso é normal...) e foi pego em flagrante jogando bexigas com urina nos alunos da escola. O pai... bem, parecia que o aluno mandava no próprio pai. Ele não falou nada, apenas o aluno reclamou, ele não falou com o filho, com os professores. Ele não tinha mais a obrigação...
O segundo aluno era meu. Ele nunca me deu trabalho, nunca faltou com o respeito (comigo). Faço parte do conselho e devo admitir que foi uma situação difícil. Ele está no 2º ano, seu erro foi desobedecer as ordens da diretora para entrar na aula. A mãe foi chamada e na frente da mãe ele agrediu a diretora verbalmente e fisicamente. Uma viatura foi chamada, mas a diretora não quis fazer BO. A mãe deu razão ao filho. Mesmo na reunião de conselho a mãe continuou defendendo o filho, mesmo ela vendo a atitude dele. Fico pensando o que será dessa mãe.
O terceiro aluno... Morri de dó da sua mãe! Ele ameçou os professores de morte várias vezes, esmurrava as paredes e é usuário de drogas. A mãe é aquela pessoa que trabalha muito para dar tudo ao filho, seu mundo desmoronou no dia confusão. Chegou na escola, o filho esmurrava tudo o que via e estava drogado. Eu senti a dor dessa mãe quando viu o filho daquela forma.
O quarto aluno estava junto com o primeiro, foi pego jogando bexigas com urina. Também já está reprovado. O pai estava puto da vida com a ex-mulher porque ela nunca falou nada das notas, das faltas e docomportamento do filho. Eu fiquei chocada, como ele fica revoltado com a ex-mulher se é obrigação dele também acompanhar a vida do próprio filho??? É muito fácil culpar os outros.
A última é minha aluna. No carderno de ocorrências da escola ela tinha 4 folhas (o normal são pequenas anotações). Menina agressiva, cínica e respondona, usuária de drogas. Seu erro, passar material alheio dentro da escola. Seu pai não sabe mais o que fazer (se ele não sabe imagine a gente).
...
Depois de tudo isso eu fico pensando se vale a pena ter filhos. Não sei a resposta, mas ver esses casos, ver esses pais não dá vontade. E pensar que esses alunos já foram bebês fofinhos e viraram isso. Vale a pena colocar filhos nesse mundo em que vivemos? Vale a pena os expôr a esse tipo de gente? E não adianta falar que é escola pública, todos nós sabemos que nas particulares existem casos piores. Pela minha experiência como professora (que não é muita) posso afirmar que quanto maior o poder aquisitivo dos alunos, piores eles são.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Vale a pena?

Pela primeira vez não acredito na educação. Parece que a crtina caiu e eu comecei ver a realidade.
Não é novidade minha paixão por literatura. Pois eu preparo todas as minhas aulas, digito textos, separo questões de vestibular. Para quê? Nada, pois quando explico não há uma pessoa interessada no que falo. Como disse o Ricardo uma vez, literatura é perfumaria.
Tudo isso qaconteceu numa aula sobre Machado de Assis. Era minha primeira aula sobre ele e eu estava empolgadíssima para falar. Deixei tudo preparado, para não esquecer nada, separei as principais obras, as questões de vestibular. Lé entrei eu louca para fazer do meu autos preferido. Quantas pessoas estavam prestando atenção em mim? Nenhuma. Ainda não consigo descrever minha frustração. Todo o idealismo foi pelo ralo.
Cai na real, vi qual é a minha função. Babá. Minha única função é manter o aluno em sala e aprová-lo no final do ano. Quatro anos de faculdade, um concurso público, dois anos de meio de mestrado. Sou uma babá especializada!
O pior é ver que não há esperança. Nós, profissionais da educação, não temos uma luz no fim do túnel, sabemos que nada vai mudar. Se a sociedade não piorar (o que duvido muito) já está ótimo. Creio que uma bomba atômica seja a única solução.
Nessas horas fico pensando seriamente em largar tudo, mas o que farei? Não consigo me ver novamente num escritório fazendo trabalhos administrativos. Do jeito que anda, com o salário que eu ganho, devo repensar meus valores. Ser dona de casa virará algo mais lucrativo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Colhendo frutos...

Não é segredo, eu ainda sou uma romântica que acredita que mudará o mundo. Acredito no que faço e acho que posso ajudar dessa maneira. Antes de começar as aulas fiz um projeto com o filme V de Vingança. Nesse projeto eu tinha como meta trabalhar os gêneros da narrativa, produção de uma resenha e o gênero carta, mas o objetivo principal era mostrar que eles deveriam deixar de ser passivos e brigar pelos seus direitos.
Um dia eu chego e os alunos estão para fora da sala. Eles se negam a entrar pois quando eles chegaram a sala estava revirada, com as carteiras no chão e o lixo virado. Obra de alunos do período noturno. Segundo eles eu disse que eles não podiam aceitar tudo, portanto eles tinham direito de assistir aula numa sala em ordem e limpa. Eles têm razão. Lá fui eu falar com a diretora e arrumar um modo de contornar. A princípio fomos para outra sala e resolvemos o problema imediato, agora eles estão pensando em um modo de acabar com a farra do noturno.
E eu os observo, dou idéias e vejo que ainda há motivo para acreditar.