segunda-feira, 17 de março de 2008

Não sei mais o que fazer com ele!

A semana passada seria apenas mais uma semana comum se não fossemos surpreendidos por algo nunca imaginado, pelo menos na nossa escola.
Quando cheguei na sala dos professores estava aquela agitação de que tinha acontecido alguma coisa, normalmente quando essa agitação acontece é algum problema com aluno, normalmente problemas comuns a uma escola. No entanto fui surpreendida por uma notícia um tanto diferente: um aluno havia batido na diretora.
Alguns pensarão que isso é comum na escola pública, no entanto na minha escola não é. Felizmente trabalho em uma escola muito boa, de classe média, poucos alunos com péssima situação financeira e uma direção atuante que sempre respalda os professores. Por isso eu digo, agredir a diretora ou funcionário é algo que nunca esperávamos, ainda mais por um aluno de sétima série.
Devo esclarecer que a diretora não foi espancada ou nada do tipo, o aluno, que não queria ir à direção por ter desrespeitado um professor, deu um tapa em seu braço. Claro que não é a primeira "ocorrência" com esse aluno, mas essa foi a mais grave, afinal não se deve bater em ninguém, muito menos na autoridade máxima da escola.
nòes, professores do aluno, nos reunimos para conversar com a mãe, não apenas para falar do ocorrido, mas também do rendimento do seu filho. Eu me dirigi a sala para pegar alguns cadernos para mãe poder compará-los com do seu filho e assim que entrei na sala me deparei com alunos chocados com o ocorrido, segundo eles atitude do aluno foi violenta e desnecessária, para eles o aluno deveria ser rigorosamente punido - eles presenciaram a cena.
Sabemos que, se contarmos com as leis educacionais, não ocorrerá nada com esse aluno. Também sabemos que se ele está assim na sétima série daqui algum tempo ninguém o controlará mais. Resumindo, nós professores temos nosso trabalho limitado, agüentamos desaforo e alguns meios de comunicação ainda falam que ganhamos muito bem, já os alunos podem tudo, inclusive bater, afinal não acontece nada. Não falo que deveríamos tomar uma atitude, que as leis devem ser revistas e blá blá blá. Nada vai mudar, por isso nos afundamos cada vez mais.
Quanto a mãe do aluno? Ela nos olhou e disse: "Não sei mais o que fazer com ele." Francamente, se a mãe não sabe, nós muito menos.

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